quarta-feira, 1 de julho de 2009

Férias na Ilha Terceira - Açores

Pois é! A minha Florzinha Cecília, portou-se muito bem nas férias. Esteve uma semana com o pai no Alentejo. Segundo sei, correu tudo muito bem.
Depois, foi a vez de fazer novos vôos, desta feita de avião, para a Ilha Terceira, nos Açores. Eu ia tão receosa! Não pelo facto de também ser a minha 1ª vez a viajar de avião, mas pela Cecília, pois não sabia como é que ela se iria dar com o barulho, com as vibrações, com a descolagem e a aterragem. Mas ela superou os meus receios, agindo sempre com muito entusiasmo e espectativa. Não teve nenhuma crise desde que saímos de casa até que pisamos na Ilha. Apenas e somente, nos dois momentos de aterragem (à ida e à volta), quando o avião vai um pouco mais a pique para baixo, ela se manifestou agarrando-me no braço e dizendo "mamã, mamã!" Nada mais acrescentou! Andou bem, nos autocarros de transbordo dos aeroportos para os aviões e vice-versa.
Chegados à Ilha, foi a vez de nos alojarmos no hotel. Nada de estranhezas, felizmente. Tratou logo de explorar a recepção do hotal, que por sinal tinha um enorme aquário, onde ela se deliciou a mirar o seu reflexo no vidro. Cativou logo de imediato, as duas recpcionistas com o seu cumprimento de "boas tardes!".
Seguiu-se, uma viagem pelo litoral da ilha, num automóvel alugado, o qual ela também não estranhou nada. Muito satisfeitas, lá fomos nós, proceder às nossas explorações.
Esta ilha é maravilhosa. Recomendo vivamente. Tem duas belas cidades, Angra do Heroísmo e Praia da Victória situadas no litural da ilha. Mas o que a mim mais me cativou, foi o interior da ilha. Aquelas paisagens verdejantes e parceladas, por vezes e muitas vezes recheadas de gado bovino. Em algumas zonas, predomina o gado manso, noutras o gado bravo. Aqui são chamadas as ganadarias, que criam os bois para os espectáculos de corridas à cordas e nas praças de touros.
Muito eu tinha aqui para vos contar, mas vou tentar resumir um pouco.
No 2º dia, fomos ao Algar do Carvão, que são umas grutas provocadas por uma explosão de um vulcão, há milhares de anos. São lindas, misteriosas e para a Cecília um pouco assustadoras, pois desde o princípio que pediu colo e dizia-me "não está de noite!", por estar escuro. Outras vezes dizia-me "não está a chover", por cairem as gotas próprias da humidade das grutas. Lá conseguimos ver a gruta, umas vezes ela ía às cavalitas, outras vezes ía pelo sem pé, mas neste último caso, sempre agarrada às minhas calças, para sua segurança. Esta gruta tem muitas escadas, porque é funda. Que mais posso dizer! Fiquei encantada!
Visitamos também a Gruta do Natal, em seguida. "Mais noite e mais chuva" para a Cecília. Mas penso que nesta, ela estava um pouco mais solta, trata-se de uma gruta mais plana, embora por vezes tenhamos que andar quase de cócoras, por algumas paredes rochosas serem muito baixas. Também esta foi do meu agrado, não tanto da Cecília, claro!
No 3º dia fomos ao Monte Brasil. Trata-se de um grande monte, situado na Cidade de Angra do Heroísmo. Nele existe uma muralha constrída pelos espanhois com a ajuda de alguns portugueses, na altura dos descobrimentos. Existe um porto fluvial mesmo ao lado, de onde partiam as grandes caravelas e naus, por esse mundo fora, em sua descoberta.
No Monte Brasil, a Cila correu, saltou, caíu (mas logo se levantou), por mais que eu lhe disse-se para o não fazer, também apanhou algumas flores e viu muitos animais domésticos que existem num parque lá dentro. Patos, galos, faisões, pavões, veados, etc. Muitos melros existem na ilha!
Nunca se queixou de estar cansada, por andar grandes distâncias a pé, pois não está habituada.
Os 2 dias seguintes, foram dedicados à praia. Só iamos até às 11 horas. A grande maioria das praia nesta ilha, não têm areia. Têm rochas vulcnicas pretas, que depois de trabalhadas um pouco com cimento, se tornaram transitaveis para os ricos pézinhos das pessoas. A disposição de algumas destas rochas, formam pequenas piscinas naturais, onde a água está sempre a ser renovada. Estas foram a perdição da Cecília. Muito ela chapinhou na água extremamente salgada do atlântico. Quer que respeitemos o seu espaço de segurança, não gostando muito que a incentivemos a ir um pouco mais além do que onde ela se sente segura. Adora salpicar os outros. Ri-se que nem uma perdida, mas quando se lhe faz o mesmo, foge a sete pé! Andava-me sempre a pedir para irmos à praia azul escura, visto que à tardinha iamos por norma para a piscina do hotel, que é azul clara. Logo ela gostou mais do mar do que da piscina.
Houve um dia dedicado à descoberta do interior da ilha. Passamos por vários miradouros de onde tirei algumas fotos panorâmicas daquela paisagem maravilhosa. Nas serras mais altas, como a de Sta. Bárbara, a da Ribeirinha e a do cume, a Cecília não saía do carro, porque devido à altitude o vento era tanto, que eu tinha receio que ela voasse. Não se riam!!! Mas por onde passavamos, ia quase sempre com o nariz colado no vidro do carro.
Certo dia, fomos tentar ver uma corrida à corda. É um evento, onde algumas pessoas mais destemidas andam a "brincar" com 1 boi bravo (1 boi de cada vez) amarrado a uma corda, que supostamente tem um limite de avanço sobre as pessoas. Tudo isto se passa numa ou duas ruas de algumas localidades. Há com cada maluco! E os espectadores, tem que se salvaguardar da maneira que entenderem, em cima de muros, em cima de telhados, nas árvores, em postes, etc.
O problema para a Cecília foi que, a cada entrada de um boi, era lançado 1 foguete. Meu Deus! O que ela chorou, gritou, me agarrou, se desesperou, tapou os ouvidos. Entrou em desespero nos minutos seguintes. Até que acalmava. Mas quando esse boi saia, para nosso desespero, era lançado mais 1 foguete. Outra vez a mesma aflição para a minha filha. Coitadinha! As pessoas que estavam ao lado e na maioria naturais da região, olhavam e não entendiam porque é que ela não gostava dos foguetes. A verdade é que em mais pequena, já tinha ouvido foguetes e não tinha reagido tão doridamente. Ela gostava da parte dos bois, dizendo "Eh boi, boi, boi!!!", o pior eram os foguetes! Claro que só vimos um boi, dos quatro que iam para a rua.
Ainda assistimos a um desfile de carros alegóricos, nas Festas Sanjoaninas, de Angra, onde o tema era o SOL. Mas que mãos tão prendadas que fizeram os fatos maravilhosos, das pessoas que desfilaram pela Rua da Sé! A Cecília passou parte do desfile a dizer "não é foguete, não é foguete!!!", sempre que ouvia algum barulho. Ficou completamente chocada. Nos dias seguintes, em algumas alturas do dia, qualquer barulho a fazia dizer "não é faguete", correndo logo de seguida para mim e agarrando-se. Eu limitava-me a acalmá-la, acarinhá-la e dizendo-lhe que já não havia mais foguetes.
Bem, muito mais havia para dizer e gostava de vos mostrar algumas fotos das 1000 e poucas que tirei, mas como tenho dificuldade em escolher e não quero esgotar o espaço do nosso blogue, ficamos por aqui, recomendando a todos a visita a esta Ilha linda, no mar azul e salgadissimo do oceano atlântico, plantada.
Beijinhos e desculpem-me pala extensão do meu discurso.

2 comentários:

  1. É a Extensão da VIDA...Não nos importamos, fala o tempo que quiseres... Tudo é importante para nós, os outros, que temos a real dimensão destas descobertas.
    Importa agora perguntar à Cecília sobre as férias...trabalhar a MEMÓRIA.
    O que gostaste mais?
    Lembras-te dos peixinhos no aquário?
    Trabalhar cores (de coisas vistas), sabores (do que comeu...mesmo as amargas....),temperaturas ( da água, por exemplo)
    Trabalhar também algumas personagens que conheceu (...talvez se lembre...)
    Um animal
    Uma concha
    ...Enfim , procurar...
    Detalhes importantes, portas de comunicação.

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  2. Bem haja Miguel, por + estas dicas importantissimas de quem está habituado a acordar trabalhando e brincando os nossos meninos.
    Gosto muito dos seus comentários. Fique sempre connosco, pois é uma fonte de força para nós.
    Beijinhos da Cecília e meus

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